quinta-feira, 31 de julho de 2008

Os Exercícios Espirituais de S. Inácio de Loyola

S. Inácio de Loyola

Ano 1548. O jovem Duque de Gandìa (Espanha), Francisco Borgia, bisneto do Papa Alexandre VI faz chegar ao Pontífice Paulo III um particular pedido: a aprovação pontifícia do livreto dos Exercícios Espirituais, escrito por Inácio de Loyola, superior e fundador da Companhia de Jesus, que o mesmo Papa tinha aprovado oito anos antes.

Inácio e seus Companheiros já davam estes Exercícios, com excelentes frutos espirituais. Mas, por causa deles, Inácio já tinha ficado preso duas vezes em Alcalà e Salamanca, vítima das suspeitas da Inquisição, que no tempo da Reforma Protestante olhava com desconfiança qualquer novo movimento espiritual.

A resposta do Papa chegou no dia 31 de julho de 1548: "Feito examinar tais Exercícios e ouvidas também testemunhas e relatórios favoráveis [...] constatamos que ditos Exercícios estão cheios de piedade e santidade, e são e serão muito úteis para o progresso espiritual dos fiéis. Ademais é nosso dever reconhecer que Inácio e a Companhia por ele fundada vão recolhendo frutos abundantes de bem em toda a Igreja; e de tudo isso muito mérito é dos Exercícios Espirituais. Por isso [...] exortamos os fiéis de ambos os sexos, em qualquer lugar do mundo, para usufruir dos benefícios destes Exercícios e se deixar educar por eles." Durante os séculos, outras seguiram a esta primeira solene aprovação de Paulo III.

Em nosso século, os maiores elogios vieram particularmente de Pio XI, Pio XII e Paulo VI. O papa Pio XI, em 1922, declarou santo Inácio de Loyola Padroeiro de todos os Exercícios Espirituais, e na Encíclica Mens nostra de 1929 trata de modo magistral os Exercícios inacianos, evidenciando a profundidade da doutrina e a segurança do método ascético.

Paulo VI, aluno dos jesuítas, assim escrevia em 1965: "Sabemos que a pregação mais eficaz é mesmo aquela dos Exercícios Espirituais." E precisava: "Ai de nós se os Exercícios espirituais, por terem aquele paradigma maravilhoso e magistral que S. Inácio deixou, se tornassem uma repetição formal e, diria, preguiçosa deste esquema [...] Temos que ampliar esta fonte de salvação e de energia espiritual, precisamos torná-la possível a todas as categorias".