terça-feira, 10 de março de 2009

CARDEAL MARTINI É UM KUNG QUE "DEU CERTO" SEGUNDO A FSSPX

O teólogo progressista Hans Küng concedeu uma entrevista ao Monde de 24 de fevereiro, na qual ele propõe ao Papa suas soluções para evitar que a Igreja se torne “uma seita”. Seria necessário, segundo ele, permitir a admissão dos divorciados recasados à comunhão sob “certas condições”, considerar a correção da encíclica Humanae vitae autorizando “em certos casos” o uso de contraceptivos, e sobretudo seria necessário que Bento XVI declarasse: “Eu suprimo a lei do celibato para os padres”.

ArtilhariaPode-se no fim das contas se tranqüilizar considerando que esta teologia subversiva é marginal na Igreja. A do cardeal Martini, antigo arcebispo de Milão, é muito menos. Ora, ele diz exatamente a mesma coisa que Küng em suas Conversas noturnas em Jerusalém (Herder, 2008). Ele preconiza, com efeito, a ordenação de homens casados, a ascensão das mulheres às ordens anteriores ao sacerdócio (esperando algo melhor!), o acesso dos divorciados recasados à eucaristia, o apelo aos direitos aos direitos da consciência individual contra a disciplina da encíclica Humanae vitae.

Um perito no Concílio Vaticano II dizia: “Teilhard Chardin, esse é um Lamennais que deu certo”, subentendendo que era necessário fazer evoluir a Igreja desde o interior, sem fazer cisma. Deste ponto de vista, o cardeal Martini é um Küng que “deu certo” no seio da hierarquia eclesiástica. Na realidade, são dois octogenários erguidos contra a Igreja que tem as promessas da eternidade!

Padre Alain Loran