domingo, 21 de junho de 2009

Fotos da visita que hoje Bento XVI realizou ao São Pio de Pietralcina...elas falam por si mesmas e não necessitam comentários






Bento XVI realizou este domingo uma visita pastoral a San Giovanni Rotondo, terra de Padre Pio.

Ao chegar à cidade, localizada na região da Puglia, sul do país, o papa visitou o Santuário de Santa Maria das Graças, onde se deteve em oração para venerar os restos mortais de São Pio de Pietrelcina, que repousam na Cripta.

O encontro com os fiéis teve lugar às 10h30, no adro da igreja dedicada ao santo capuchinho, onde o pontífice presidiu à santa missa.

Na homilia, comentando as leituras do dia, o papa falou da relação entre Deus e as forças da natureza. Na Bíblia, o mar é considerado como um elemento ameaçador, caótico, potencialmente destrutivo, que somente Deus, o Criador, pode dominar e aplacar.

Mas existe outra força, recordou o papa, uma força positiva que move o mundo, capaz de transformar e renovar as criaturas: é a força do amor de Cristo. Uma força não essencialmente cósmica, mas divina, transcendente.

O gesto de acalmar a tempestade é um sinal claro da senhoria de Cristo sobre as potências negativas e induz a pensar na sua divindade. Mas chegará o momento em que também Jesus sentirá medo e angústia: quando sua hora chegar, sentirá sobre si todo o peso dos pecados da humanidade. Esta sim será uma terrível tempestade, não cósmica, mas espiritual.

Naquele momento, Jesus não duvidou do poder de Deus Pai e da sua presença, não obstante tenha sentido plenamente a distância que separava o amor do ódio. Naquele instante, de um lado Jesus foi uma só coisa com o Pai, plenamente abandonado a Ele; de outro, enquanto solidário com os pecadores, foi separado e se sentiu abandonado por Ele.

Alguns santos, disse o papa, viveram intensamente e pessoalmente esta experiência de Jesus. Um deles foi Padre Pio de Pietrelcina. Os estigmas, que o marcaram no corpo, uniram-no intimamente ao Crucificado-Ressuscitado. Viveu a experiência do Apóstolo Paulo, descrita em suas Cartas com essas palavras: "Já não sou que vivo, mas é Cristo que vive em mim".

"Isso não significa alienação, perda de personalidade: Deus jamais anula o humano, mas o transforma com o seu Espírito e o orienta a serviço do seu desígnio de salvação. Padre Pio manteve os próprios dons naturais, e também o próprio temperamento, mas ofereceu tudo a Deus."

Como aconteceu com Jesus, Padre Pio combateu a verdadeira luta não contra os inimigos terrenos, mas contra o espírito do mal. Permanecendo unido a Cristo, soube concentrar-se na profundidade do drama humano. Para Bento XVI, assim podemos resumir a missão de São Pio de Pietrelcina: guiar as almas e aliviar o sofrimento.

A herança que ele deixou foi a santidade. Esta era sempre a sua primeira preocupação: que as pessoas regressassem a Deus, que pudessem redescobrir a alegria e a beleza de pertencer à sua Igreja e praticar o Evangelho.

Duas ações guiavam a missão de Padre Pio: a oração e a caridade. Seus dias, recordou o pontífice, eram um rosário vivo, ou seja, uma contínua meditação e assimilação dos mistérios de Cristo, em união espiritual com a Virgem Maria. Desta oração, nascia a caridade. Estava sempre atento às situações reais das pessoas e das famílias, em especial dos doentes e dos sofredores.

Diante dos riscos do ativismo e da secularização sempre presentes, conclui o papa, Padre Pio nos recorda que é preciso escutar Cristo para realizar a vontade do Pai: "E então, inclusive nas tempestades improvisadas, poderemos experimentar o sopro do Espírito Santo, que é mais forte do que qualquer vento, e impulsiona o barco da Igreja e cada um de nós. Eis o motivo pelo qual devemos viver sempre na serenidade e cultivar no coração a alegria, dando graças ao Senhor. O seu amor é para sempre".