terça-feira, 24 de agosto de 2010

VENERÁVEL PIO XII : Desejamos repetir aqui de modo particular aos sacerdotes quanto já propusemos à meditação de todos os fiéis na Encíclica Mediator Dei: "É bem verdade que Jesus é sacerdote; não o é, porém, para si, mas para nós, apresentando ao eterno Pai os votos e sentimentos religiosos de toda a humanidade; assim mesmo, é vítima, mas para nós, substituindo-se ao homem pecador; ora, o dito do Apóstolo: 'Tende em vós mesmos os sentimentos de Jesus Cristo' (Fl 2,5) exige de todo cristão que reproduza em si, quanto está nas possibilidades humanas, o mesmo estado de alma que tinha o divino Redentor quando realizava o sacrifício de si mesmo: a humilde submissão do espírito e a adoração, honra, louvor e ação de graças à suprema Majestade de Deus; mais: que reproduza em si mesmo a condição de vítima, a abnegação segundo os preceitos do evangelho, o voluntário e espontâneo exercício da penitência, a dor e expiação dos próprios pecados; numa palavra, que todos espiritualmente morramos com Cristo na cruz, de modo a poder dizer com s. Paulo: 'Estou pregado na cruz com Cristo'". Sacerdotes e filhos diletos, temos em nossas mãos um grande tesouro, uma preciosíssima pérola: as inexauríveis riquezas do sangue de Jesus Cristo; utilizemo-nos copiosamente delas, para sermos, com o total sacrifício de nós mesmos oferecidos ao Pai com Jesus Cristo, os verdadeiros mediadores de justiça "nas coisas que tocam a Deus"

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EXORTAÇÃO APOSTÓLICA DO PAPA PIO XII

MENTI NOSTRAE

AO CLERO DO MUNDO CATÓLICO
SOBRE A SANTIDADE DA VIDA SACERDOTAL

A todo o clero,
em paz e comunhão com a Sé Apostólica

Admoestação de s. Pedro Crisólogo
34. O sacerdote deve, portanto, esforçar-se por reproduzir na sua alma tudo quanto se produz sobre o altar. Como Jesus se imola a si mesmo, assim o seu ministro deve imolar-se com ele; como Jesus expia os pecados dos homens, assim ele, seguindo o árduo caminho da ascética cristã, deve alcançar a própria e a alheia purificação. Assim admoesta s. Pedro Crisólogo: "Sê sacrifício e sacerdote de Deus; não percas aquilo que te deu a divina autoridade. Reveste-te da estola da santidade; cinge-te com o cinto da castidade; seja Cristo o véu que te cubra a cabeça; a cruz esteja como baluarte sobre a tua fronte; coloca em teu peito o sacramento da divina ciência; queima sempre o incenso da oração; cinge a espada do Espírito; faz do teu coração como que um altar e assim seguro oferece teu corpo como vítima a Deus. Oferece a fé, de modo que seja punida a perfídia; imola o jejum, a fim de que cesse a voracidade; oferece em sacrifício a castidade, para que morra a sensualidade; coloca sobre o altar a piedade, para que seja deposta a impiedade; atrai a misericórdia, para que seja destruída a avareza; e para que desapareça a insensatez, convém imolar sempre a santidade: assim teu corpo será a tua hóstia, se não for ferido por alguma seta do pecado".(13)
A morte mística em Cristo
35. Desejamos repetir aqui de modo particular aos sacerdotes quanto já propusemos à meditação de todos os fiéis na Encíclica Mediator Dei: "É bem verdade que Jesus é sacerdote; não o é, porém, para si, mas para nós, apresentando ao eterno Pai os votos e sentimentos religiosos de toda a humanidade; assim mesmo, é vítima, mas para nós, substituindo-se ao homem pecador; ora, o dito do Apóstolo: 'Tende em vós mesmos os sentimentos de Jesus Cristo' (Fl 2,5) exige de todo cristão que reproduza em si, quanto está nas possibilidades humanas, o mesmo estado de alma que tinha o divino Redentor quando realizava o sacrifício de si mesmo: a humilde submissão do espírito e a adoração, honra, louvor e ação de graças à suprema Majestade de Deus; mais: que reproduza em si mesmo a condição de vítima, a abnegação segundo os preceitos do evangelho, o voluntário e espontâneo exercício da penitência, a dor e expiação dos próprios pecados; numa palavra, que todos espiritualmente morramos com Cristo na cruz, de modo a poder dizer com s. Paulo: 'Estou pregado na cruz com Cristo'" (Gl 2,19). (14)
Aproveitar as riquezas do sangue de Jesus
36. Sacerdotes e filhos diletos, temos em nossas mãos um grande tesouro, uma preciosíssima pérola: as inexauríveis riquezas do sangue de Jesus Cristo; utilizemo-nos copiosamente delas, para sermos, com o total sacrifício de nós mesmos oferecidos ao Pai com Jesus Cristo, os verdadeiros mediadores de justiça "nas coisas que tocam a Deus" (Hb 5,1), e para merecermos que as nossas orações sejam aceitas e alcancem superabundantes graças para toda a Igreja e todas as almas. Só depois que nos tornarmos uma só coisa com Cristo, mediante a sua e a nossa oblação, e houvermos elevado a nossa voz com os coros dos habitantes da celeste Jerusalém, "illi canentes iungimur almae Sionis aemuli",(15) e só então, fortalecidos pela virtude do Salvador, poderemos com segurança descer da montanha da santidade que houvermos galgado, para levar a todos os homens a vida e a luz de Deus pelo ministério sacerdotal.